sexta-feira, 25 de março de 2011

USINA NUCLEAR

IMAGINE

TÓQUIO - Regiões em geral movimentadíssimas de Tóquio, com funcionários de escritórios lotando os restaurantes e lojinhas, estão quietas. Muitas escolas permanecem fechadas. As empresas autorizaram os trabalhadores a ficarem em casa. Longas filas se formam nos aeroportos. Enquanto as autoridades japonesas se esforçam para evitar um desastre em um complexo nuclear situado 240 quilômetros ao norte da capital, partes de Tóquio parecem uma cidade fantasma. Muitas pessoas estocaram alimentos e permanecem em casa; outras partiram. Com isso, uma das maiores e mais densamente povoadas cidades do mundo teve a aparência transformada. "Olhe, parece domingo" disse o taxista Kazushi: "Não dá para ganhar dinheiro hoje." Nos últimos dias por sorte os ventos sobre a usina nuclear de Fukushima sopraram em direção ao mar, mantendo os níveis próximos ao normal. Isso, no entanto, pouco fez para dissipar a ansiedade da população com relação ao complexo nuclear de 40 anos com três reatores com derretimento parcial e um quarto com o combustível atômico usado exposto à atmosfera depois do terremoto e do tsunami. "É assustador. Isso faz você perguntar o que vem a seguir." Uma série de eventos importantes foi cancelada. Abastados estrangeiros fogem rápido, alguns em aviões particulares. Várias empresas repatriam seus funcionários e milhares de pessoas correram às empresas de jatos privados com pedidos de voos para sair da região. Por tudo isso, vale o risco ? Você é contra ou a favor de usina nuclear ? Responda a enquete ao lado, obrigado.

sexta-feira, 11 de março de 2011





Japão agora corre risco de explosão nuclear pior do que a de Chernobyl

A Associação Nuclear Mundial informou que 4 caminhões geradores já chegaram ao local da usina nuclear para fornecer energia ao sistema de resfriamento. E que técnicos da Tepco (Companhia de Eletricidade de Tóquio), responsável pela usina, já estão puxando novos cabos para levar eletricidade da rede até a usina.

Os técnicos nucleares japoneses estão tentando evitar que a tragédia do terremoto e do tsunami seja superada pelo maior desastre nuclear da história. O tremor de terra e a onda gigante abalaram os sistemas de segurança de dois reatores nucleares da usina de Fukushima. Os reatores agora contam com a energia de baterias reservas para manter a água do sistema de resfriamento dos reatores circulando, e evitar que o combustível nuclear se funda, o que causaria uma explosão, com vazamento de grande material radioativo.

Após o tsunami, o Japão começou a desligar as usinas nucleares que fornecem 80% da energia do país. Mas esse desligamento não é imediato. O coração dos reatores são pastilhas com combustível nuclear que leva horas para esfriar. Essas pastilhas ficam mergulhadas em uma piscina com água de resfriamento. E bombas acionadas eletricamente precisam manter a água circulando. O problema é que o tsunami rompeu as linhas de transmissão elétricas para a usina. O desastre também afetou o gerador a diesel, que poderia gerar energia de emergência. Os técnicos conseguiram fazer o sistema funcionar graças a baterias de reserva existentes em cada reator. Mas essas baterias só tem carga para abastecer o sistema de resfriamento por até 8 horas. Para tentar reduzir os riscos, os técnicos japoneses optaram por deixar escapar parte do vapor radioativo aprisionado dentro do reator. A ideia é reduzir um pouco a pressão interna no local.

Há notícias de que a Força Aérea americana está levando equipes para ajudar os japoneses a resolver a crise. Os aviões americanos estariam levando baterias reservas para fornecer mais energia ao sistema de resfriamento.

Se o sistema parar de funcionar, a água começa a ferver e o material radioativo pode se fundir. Segundo o americano Kevin Kamp, especialista em energia nuclear do Instituto Público de Precisão, caso isso aconteça, o desastre pode ser pior do que o de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986.