sábado, 8 de agosto de 2009

"A crise é nossa"

"A crise não é minha é do Senado"


Quando Sarney mencionou essa frase fiquei pensando de como um político com 60 anos de vida pública pode apredender com a arte da dissimulação. Sarney é um camaleão da política: começou sua carreira como oposição ao governo do Maranhão, derrotou seus adversários e ganhou espaço em Brasília no período da ditadura se tornando presidente da Arena, partido que sustentou os militares no poder. Pois bem, em 1985 quando o Brasil vive movimentos pelas diretas já, o colégio eleitoral elege Tancredo Neves presidente do Brasil e quem era o vice ? Sarney, ele mesmo, o que deu sustentação aos militares. Com a morte de Tancredo, Sarney preside o Brasil ao longo de 5 anos e ajuda a desconstruir o que ajudou a construir. Só isso por si bastaria né ? Para eternizá-lo na história. Não para Sarney; acostumado com o poder se elege Senador e presidente do Senado e ajuda a construir uma estrutura corporativa e comprometida com interesses pessoais. Nepotismo (seu neto, seu irmão, três sobrinhas, exonerados em atos secretos) atos secretos, isso mesmo que você está lendo. O Senado Federal tem atos secretos, num momento que lutamos por transparência. Toda estrutura administrativa foi montada pelo presidente do Senado Sarney, Agaciel Maia foi nomeado diretor por ato seu em gratidão ao fato de que Agaciel escondeu provas de uso da gráfica do Senado para a campanha de sua filha Roseana ao governo do Maranhão. Seu neto atua no congresso fazendo empréstimos consignados, contratos de superfaturamento envolvendo serviços contratados, isso o que nós sabemos. As denúncias estão todas aí. Pela terceira vêz Sarney é eleito presidente do Senado. Como ele vai combater tudo isso que ele mesmo ajudou a contruir ? Uma rede de compadres e cumplicidade com senadores e altos funcionários que contaminou a instituíção. Romper alianças, abandonar amigos, atacar parceiros, desmontar esse esquema. Você acredita que Sarney vai fazer isso ? Eu tive a certeza que não, quando ele disse: "A crise não é minha é do Senado" , eu na minha interpretação respondo ao Sarney:
"A crise não é do Senado, é nossa, da sociedade, do Brasil"

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