terça-feira, 17 de julho de 2012

O nosso desafio !!

O desafio da sociedade brasileira, o nosso desafio !!! Nas últimas décadas, o Brasil tem vencido importantes agendas: a abertura política, nos anos 1970; a consolidação da democracia, nos 1980; o fim da inflação e a estabilidade econômica, durante os anos 1990. A partir dos anos 2000, buscou-se consolidar a estabilidade e, desde então, iniciar o crescimento econômico com distribuição de renda e inclusão social. O país cumpriu, assim, seus desafios e, mais recentemente, despertou em uma parcela da população um sentimento de bem-estar econômico que possivelmente jamais sentira. Há neste momento, um clima positivo de esperança no futuro. Chega à década de 2010 com o imperativo de dar continuidade ao desenvolvimento econômico e social, ampliando a inclusão dos mais pobres, garantindo uma vida de progresso, com mais emprego, consumo e mobilidade social. Contudo, isto não é questão apenas de “vontade política”, do “querer”. É, antes, um lutar, um debater-se por objetivos, enfrentando resistências e removendo obstáculos. Assim, o Brasil só se desenvolverá na dimensão da expectativa despertada se encarar com realismo seus inúmeros problemas. O principal deles diz respeito à hipótese de que já estejamos no limite da capacidade de crescer, considerando as condições presentes. O fato é que precisaremos resolver os “gargalos” que impedem a maior vazão do crescimento: a infraestrutura do país é tão precária quanto ineficiente; estradas, portos, aeroportos, telecomunicações e energia requererão vultosos investimentos; o mesmo se pode dizer da qualificação profissional e da educação. É imperativo que se pense na questão da SUSTENTABILIDADE, um tema ainda não muito bem entendido pela maioria da nossa população e que se torna fundamental para as políticas públicas de crescimento econômico: atender ao desenvolvimento com inclusão social e principalmente preservar nossos recursos naturais e nossas matrizes energéticas. Além disso, o ambiente de negócios no Brasil é um dos piores do mundo. Para abrir uma empresa, a carga tributária é elevada e sua estrutura é confusa; as leis trabalhistas são arcaicas e a regulação de setores e atividades é pouco clara, de incentivos às vezes perversos. Em resumo: uma grande transformação precisa ser levada a efeito, o que não dependerá apenas da próxima presidente. Mas, sobretudo, de um sistema político repleto de problemas: é fragmentado, de negociação longa e custosa; corporativo, refratário a reformas e tangencia os limites da disfuncionalidade. Antes de qualquer reforma que possa fazer, será necessário que admita reformar a si próprio. Do contrário, inviabilizará a todo o resto. De forma alguma isto acontecerá por gestação espontânea. O país carecerá de liderança política capaz de articular setores sociais, mobilizar interesses e persuadir a sociedade ao ponto de legitimamente pressionar o sistema político à reforma. Quem será capaz de operar esse processo, colocar-se como dínamo da transformação? Se a nova presidente, Dilma Rousseff, o presidente Lula -- já fora do governo, mas perto o suficiente da sociedade -- e a sociedade por si própria não o fizerem, as circunstâncias de estagnação econômica e crise internacional o exigirão com grau de conflito e dramaticidade muito maiores. O bom governo é o que se antecipa. Fazemos votos de que seja o caso. Roberto Rosa.

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